sobre ela. Como gosto deste caderno e das mesas, bancadas, muros e balcões onde ele esteve! Aberto ou fechado. Não separa disciplinas nem temas. Não se fecha a rabiscos e não acha mal ser riscado. Agora não. Caderno vermelho, pautado, de argolas, que veio de terra pacata lá do nordeste a qual associam tanto, brincando, a língua mirandesa!
Nele são escritas historias desta e daquela terra… daqui, dali e ate do outro lado do oceano, e que desde há bem pouco incluem todas elas o mesmo capitulo: talvez o mesmo sonho, ou então ideia, objectivo, ou mais simples, as mesmas calçadas, ruelas, a mesma rotina, noite, a mesma cidade… Aveiro... A essas historias ele, o caderno, se vai adaptando... e por elas se vai moldando; criando um novo desenho de si e avivando a sua cor.
Mas este caderno, apesar de recente, mantêm outras histórias arquivadas sobre as quais todas as novas vão sendo contadas, como se tivesse sido diminuído o valor da opacidade das mais antigas para as novas se fazerem notar. Mas só isso, porque jamais serão apagadas.
Cada folha deste caderno possui seu cheiro que será sempre sentido ou com um sorriso, gargalhada, uma expressão de alegria ou desilusão, ou uma lágrima, um aperto no peito de saudade.
Eu so
u esse caderno, virando cada dia uma pagina de uma palete de cores que vai ganhando outros tons, quando novos se misturam com velhos.
u esse caderno, virando cada dia uma pagina de uma palete de cores que vai ganhando outros tons, quando novos se misturam com velhos.PS: esclarecendo só um pouco o titulo, antigamente Aveiro estava dividido em duas grandes áreas de desenvolvimento: de um lado os ceboleiros, do outro os cagareus manifestando-se uma grande diferença comportamental entre ambos. Hoje em dia, essas designações permanecem apenas para os Aveirenses para quem ainda manda a tradição.






