25 novembro, 2006

Do lado dos ceboleiros=)

Faço uma pausa. Arranco uma folha do meu caderno e escrevo sobre ela. Como gosto deste caderno e das mesas, bancadas, muros e balcões onde ele esteve! Aberto ou fechado. Não separa disciplinas nem temas. Não se fecha a rabiscos e não acha mal ser riscado. Agora não.
Caderno vermelho, pautado, de argolas, que veio de terra pacata lá do nordeste a qual associam tanto, brincando, a língua mirandesa!
Nele são escritas historias desta e daquela terra… daqui, dali e ate do outro lado do oceano, e que desde há bem pouco incluem todas elas o mesmo capitulo: talvez o mesmo sonho, ou então ideia, objectivo, ou mais simples, as mesmas calçadas, ruelas, a mesma rotina, noite, a mesma cidade… Aveiro... A essas historias ele, o caderno, se vai adaptando... e por elas se vai moldando; criando um novo desenho de si e avivando a sua cor.
Mas este caderno, apesar de recente, mantêm outras histórias arquivadas sobre as quais todas as novas vão sendo contadas, como se tivesse sido diminuído o valor da opacidade das mais antigas para as novas se fazerem notar. Mas só isso, porque jamais serão apagadas.
Cada folha deste caderno possui seu cheiro que será sempre sentido ou com um sorriso, gargalhada, uma expressão de alegria ou desilusão, ou uma lágrima, um aperto no peito de saudade.
Eu sou esse caderno, virando cada dia uma pagina de uma palete de cores que vai ganhando outros tons, quando novos se misturam com velhos.

PS: esclarecendo só um pouco o titulo, antigamente Aveiro estava dividido em duas grandes áreas de desenvolvimento: de um lado os ceboleiros, do outro os cagareus manifestando-se uma grande diferença comportamental entre ambos. Hoje em dia, essas designações permanecem apenas para os Aveirenses para quem ainda manda a tradição.

8 comentários:

Anónimo disse...

Olá Maria. gostei da tua introspecção. em certa medida revejo-me no que escreveste. Abriste uma nova página no blog a que chamaria o "espelho de alma" e espero que não só dês continuidade como cries escola neste espaço que é de toda a gente que comunga o espírito do Centro Juvenil de Mirandela.
Força

José Maia disse...

é assim, eu ja tentei escrever mt coisa mas depois chego a meio e apago tudo. a maneira como escreves e interpretas as coisas é fantastica, cada vez que leio um texto teu ele fica marcado na minha memoria. bem, so ainda li dois, um no gds k tinha como titulo "musica" ou algo parecido e o outro foi este. posso nao me lembrar letra a letra o k estava descrito nos textos, mas sei k inconscientemente a mensagem ficou marcada no meu interior. isto tudo e ja me estou a esticar um bocado, so para dizer k fazes uns textos mt fixolas e engraçados. loooooooooool. bjs kidos para uma grande amiga. jinhuxxxxx

david santos disse...

Olá!
Lindo rexro, IRENE.
Parabéns.

Irene disse...

Quem está aqui de parabéns, é quem escreveu o texto, que foi a Maria.
Também eu gostei muito deste texto.
Obrigada Maria
Beijinhos
Continua a deixar-nos e encantar-nos com as tuas notícias, dessas terras dos ceboleiro
;)

Michael disse...

Gostei, continua aí com o "espelho de alma" que fiquei curioso :) Jinhos

Anónimo disse...

oi maria!!! Já ha algum tempo que não tinha noticias tuas. espero que te estejas a dar bem ai em Aveiro, e não te esqueças, claro, dos que ca ficaram na terrinha!!!lol continua a dar noticias
jinhuxxxxxxxx

david santos disse...

Então!
Quero ler mais textos...
Fico à espera!

Anónimo disse...

Belo Maria,continua.
Amigos a nossa essência, o nosso interior é belo e complexo.Deite-mos para o exterior o que sentimos.Partilhemos e amemos!

Deixo-vos este poema de alguém especial!


Beijinhos e abraços
Mário Relvas
O ARTESÃO DO ARMAMENTO



Não sou eu quem determina o destino do mundo.

Não sou eu quem começa as guerras.



Apenas sigo o meu caminho. Faço o meu trabalho.

Nada faço de errado.

Mas não sei.



E essa é a questão,

que sempre me atormenta.

Não quem determina,

e no entanto nada faço de mal.



Faço girar parafusos pequeninos com os meus dedos,

fabricando componentes de armas

que nos ameaçam a todos.

E ainda assim não sou eu quem determina

o destino que aparece diante de nós.



Eu poderia criar outro destino,

tornando o mundo seguro para todos aqueles

que anseiam viver a sua vida.



E então eu saberia

a razão sagrada,

o significado brilhante

da nossa existência.



Ninguém então poderia destruir-nos

com as suas acções

ou iludir-nos

com as suas palavras.



O mundo que eu ajudo a fazer

não é um mundo bom.

No entanto eu não sou mau.

E não fui eu que o inventei.

Mas será isso suficiente?



Papa João Paulo II