Zeferino Namuncurá beatificado
Cerca de 200 mil pessoas participaram em Chimpay da beatificação de Zeferino Namuncurá, jovem indígena mapuche, aluno salesiano e aspirante ao sacerdócio, falecido aos 19 anos em Roma, Itália, em 1905. A Argentina tem mais um beato. O cardeal Tarcisio Bertone deslocou-se àquele país latino americano para aí, com o povo argentino e indígena, celebrar a beatificação de Zeferino Namuncurá. Perante mais de 200 mil pessoas que encheram a localidade de Chimpay, Rio Negro, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcísio Bertone, proclamou beato Zeferino Namuncurá, um índio mapuche e irmão salesiano que morreu aos 19 anos de idade, enquanto se formava para ser missionário. A festa do novo beato será a 26 de Agosto, data do seu nascimento. A cerimónia foi concelebrada pelo Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Bergoglio, e por meia centena de bispos. Presente esteve também o Reitor Maior dos Salesianos, Pe. Pascoal Chávez Villanueva, e o vice-presidente argentino, Daniel Scioli. O Secretário de Estado do Vaticano lembrou que foi a primeira vez que se fez uma beatificação não numa grande cidade, mas “num povoado pequeno”. Na sua homilia, o Cardeal assinalou que esta beatificação “significa recordar e apreciar no mais profundo as antigas tradições do povo mapuche, audaz e invencível”. O Cardeal Bertone destacou que Zeferino nunca esqueceu que era mapuche, e tinha como ideal supremo “ser útil ao seu povo”. O povo mapuche fez-se representar por vários indígenas que vestiam trajes tradicionais. Também Bento XVI, no Angelus de Domingo, não esqueceu a beatificação do jovem índio e deu graças pelo testemunho “extraordinário deste jovem estudante de 19 anos que, animado pela sua devoção à Eucaristia e pelo amor a Cristo, desejava ser salesiano e sacerdote para mostrar o caminho aos seus irmãos mapuches», afirmou o Papa. Zeferino nasceu em 26 de Agosto de 1886, na Patagónia, Argentina. Era filho do chefe araucano Manuel Namuncurá. Zeferino foi enviado para uma escola Salesiana em
Buenos Aires onde cedo descobriu a sua vocação religiosa. Feito irmão salesiano, desejava converter-se num sacerdote missionário para evangelizar os da sua tribo, mas uma doença mortal, aos 19 anos de idade, impediu-o de realizar esse desejo. Veio a falecer na ilha de Tíber, em Roma. A vida virtuosa deste jovem indígena difundiu-se pela região, tendo as conversões dos araucanos aumentado grandemente. A sua causa foi introduzida na Congregação para a Causa dos Santos e, em 1972, Zeferino foi nomeado Servo de Deus.